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  • Publicar vídeos das crianças na web exige cuidado por parte dos pais

    sábado

    Vídeos publicados na internet que mostram bebês ou crianças em cenas engraçadas filmadas pela própria família no dia a dia podem render muitos minutos de diversão para os internautas. Mas, antes de aderir a essa moda, os pais precisam tomar certos cuidados básicos, segundo especialistas.

    A menina Isabela, que vive com os pais no Rio Grande do Sul, ganhou dos pais um canal no YouTube em que aparece brincando e interagindo com a família.

    O vídeo em que a menina fala a frase “Fecha a porta, tá? Tranquilo?” é um dos mais populares que circulam pela web. As 17 filmagens postadas em seu canal no site somam mais de 39 milhões de visualizações.

    Cristina Sleiman, pedagoga e advogada especialista em direito digital, explica que não há problema jurídico em os pais exporem seus filhos na internet. Ela diz que, mesmo assim, alguns cuidados evitam problemas no futuro.

    - Os recursos existem para ser usados, mas com responsabilidade. Publicar vídeos que mostram filhos brincando ou bebês trocando de fralda não é ilícito, mas, dependendo da cena, existe o perigo de a foto ir parar em site de pedofilia. Não podemos esquecer que a internet é uma extensão da vida presencial. O risco é de que o conteúdo seja usado também no futuro, quando a criança cresce e se torna adolescente, por exemplo. Um vídeo que hoje é inofensivo amanhã pode virar motivo de chacota e constranger quem aparece nas cenas.

    A pedagoga conta que a decisão de publicar vídeos dos filhos na web é dos pais. Como o bom senso depende de cada um, se eles acharem válida a experiência, podem postar o vídeo.

    José Mariano de Araújo Filho, delegado de polícia e professor de investigação de crimes eletrônicos da Academia da Polícia Civil de São Paulo, conta que há situações em que criminosos recorrem a páginas de redes sociais e vídeos em família para recolher informações sobre potenciais vítimas.

    - Nada impede que vídeos que mostram a criança com parentes, com a babá, filmados na frente de casa, por exemplo, e que estão na internet, sirvam para que criminosos analisem o perfil de potenciais alvos para suas ações.

    Para Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo e coordenador do Grupo de Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP, na internet existe um falso senso de proteção e de intimidade.

    - Muita gente não consegue dimensionar o efeito cascata que é próprio da internet. Um vídeo ou uma foto engraçados de si próprio ou dos filhos podem parecer normais e divertidos em um perfil de rede social, mas é preciso se perguntar se você teria coragem de imprimir milhares dessas imagens e distribuir aleatoriamente pela rua. É esse o alcance que a internet pode ter.

    O especialista conta que, do ponto de vista da criança, não há problema em aparecer em vídeos pessoais, desde que ela não seja induzida pela família a atuar como adulto, fazendo com que apresente uma maturidade que ainda não existe.

    Ele explica que, como não é possível ter a certeza de que a gravação será usada apenas com o propósito pelo qual ela foi publicada, é preciso pensar bem antes de compartilhar esse tipo de conteúdo.

    - Tudo aquilo que é filmado dentro de um contexto em que você observa a expressão da espontaneidade, da intimidade, do afeto e da cumplicidade, eu sugiro que não seja aberto a toda a internet.

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